segunda-feira, 9 de novembro de 2015

I Simpósio Internacional Sobre a Primeira Infância

A APP do CMEI Jader Marcolla, preocupada com a qualidade no atendimento das nossas crianças, com o objetivo de também valorizar esses profissionais, custeou a participação da Diretora Denise Capistrano Kreusch e das Professoras Chrisley Mery Emmendorfer e Silvana Aparecida Beil no I Simpósio Internacional Sobre a Primeira Infância: A Ciência dos Pequenos detalhes na Vida Cotidiana dos Bebês em Florianópolis. Essa foi uma oportunidade impar de reflexão da própria prática e aquisição de novos conhecimentos sobre como trabalhar com crianças até dois anos de idade. 
Nesse sentido, estas profissionais realizaram algumas considerações para compartilhar com o grupo, após participar desse momento tão valioso: 

O Simpósio tratou de uma abordagem estudada pela médica Pediatra Emmi Pikler que considera o bebê capaz de realizar com autonomia seu próprio desenvolvimento motor, quando o adulto oferece as condições necessárias para isso. Se faz fundamental que nós adultos/profissonais, que trabalhamos com a educação e cuidado das crianças pequenas, nesta faixa etária de 4 meses a 2 anos melhorar a qualidade de estar com a criança. O cuidar é um verdadeiro encontro com duas pessoas, nesse caso, educadora e criança. É preciso pensar em como satisfazemos as necessidades das crianças, tratando-as com respeito que merecem.

- A primeira lição não é somente satisfazer as necessidades físicas e fisiológicas, é importante refletir em como nos ocupamos com as crianças, como o bebê está comigo e como ele me compreende. É preciso observar as crianças para compreendê-las, tratá-las bem e nunca estar apressada quando se está com a criança.

- Tentar cooperar com a criança, interagir, oferecer tempo necessário para ela, conversar com os bebes, olhar nos olhos, pois os bebes são sensíveis e nos ouvem mesmo que não nos entenda, passar segurança é fundamental. Avisar a criança com antecedência sobre o que vamos fazer, e nunca tocá-la sem avisar antecipadamente.

- Cuidar com a posição que se pega a criança, cuidar com a cabeça do bebê quando levantá-lo, ou quando for colocar deitado, a cabeça chega sempre por último e sai primeiro. Não podemos deixar a criança em pé encostada em nosso peito quando ela ainda não firma a cabeça, essa posição pode prejudicar a coluna e o bebê que não possui controle e firmeza ainda. Evitar colocar as crianças em posição que ela ainda não consegue, como sentar sozinho quando ainda não possui esse equilíbrio. O equilíbrio é vital, faz parte da vida e é necessário deixar cada criança ao seu tempo, não apressá-la.

- Nunca acusar a criança, que fez isso ou aquilo, pois a criança se coloca em um círculo negativo. Realizar movimentos lentos que acalmam os bebês.

- Oferecer alimentos para a criança sem forçar sua mão ou obrigá-la a comer. Chamar a criança sem tocar (somente se for necessário, chamá-la de todas as formas, e explicar, falar... e se ela não for, aí sim pegar em sua mão para conduzi-la). Nesse sentindo estamos dando autonomia para a crianças, deixando-a com a possibilidade de escolha.

- Não podemos ficar mudos com as crianças em um ambiente, é preciso muito diálogo. A tarefa de educar dos professores é diferente da dos pais, não é necessário amar os bebes como as mães amam, mas sim tratá-los com respeito e empatia assegurando a confiança necessária.

O brincar das crianças é o elemento primordial o primeiro ponto primordial é dar tempo para as crianças. Na motricidade livre a criança pode em qualquer momento descobrir novos movimentos por si só, sem a interferência do adulto. "Cabe ao adulto impedir o máximo os impedimentos para a criança brincar e descobrir livremente os movimentos", como por exemplo, oferecer roupas adequadas para o bebê, espaço com segurança visando seu bem estar, não existe atividade dirigida na motricidade livre e sim adequação dos ambientes que a criança está.

As crianças necessitam de atividades livres, os mobiles são inúteis para os bebês que sequer descobriram o próprio corpo. Primeiro eles precisam descobrir suas mãos, seu corpo, e nessa fase torna-se desnecessário os móbiles, quando eles já conseguem estender os braços. O primeiro ponto de interesse do bebê é ele mesmo, conhecer a si próprio no mundo, a motricidade autônoma é a base da autonomia da criança, quando ela fica livre para agir vai realizar os progressos de desenvolvimento automaticamente. Dizermos que os bebes não tem destreza em seus movimentos é um mito.

Observar, conversar, avisar com antecedência sobre o que vamos fazer com eles, respeitar os bebês, deixa-los livres para descobrir os movimentos, oferecer sem obrigá-los, podem ser tarefas simples, mas não é fácil.... colocar em prática é o desafio.


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